Dez erros comuns no corte a plasma
Um bom operador com um equipamento de PAC com manutenção adequada pode reduzir incontáveis horas de paralisação em uma oficina e economizar milhares de dólares em despesas operacionais. Essa economia resultará em lucros maiores para suas operações de corte e a sua empresa. Evite esses erros comuns:
- Usar consumíveis até que “estourem”
Olhe na sua caixa de peças usadas e provavelmente você verá peças que foram usadas até falharem. Usar consumíveis muito desgastados pode não apenas estragar uma peça boa de metal, mas causar falhas graves na tocha e paralisações desnecessárias. Usar as peças até que falhem é uma armadilha que podem ser facilmente evitada. Existem vários sinais de consumíveis desgastados; um operador experiente sabe dizer pelo som ou cor do arco ou mudanças sutis na altura da tocha que indiquem o desgaste das peças. Contudo, a melhor forma de julgar a condição das peças da tocha é verificar periodicamente a qualidade da borda de corte do metal e verificar as peças da tocha quando o corte começar a se deteriorar. Mantenha um registro da vida útil média das peças ao longo do tempo (em número de partidas ou tempo de arco ativo) e registre diretrizes para a expectativa de vida útil das peças com base na corrente, no material e na espessura. Depois que a vida útil das peças for determinada, o operador saberá quando verificar e/ou trocar as peças — evitando uma falha catastrófica. - Trocar consumíveis antes da hora
Por outro lado, existem consumíveis que são descartados antes da hora. Ao invés de trocar consumíveis após um número de horas específico, um operador pode observar a condição de uso deles. Existem goivagens na parte interna e externa do bico? O orifício não está mais redondo? Se for o caso, então precisa ser trocado. Se não for, é provável que ainda possa ser utilizado. Para confirmar se o eletrodo está gasto, verifique o ponto de erosão do háfnio que fica bem no centro e troque se estiver baixo demais. Os distribuidores de gás devem ser trocados somente se um exame detalhado revelar sujeira ou gordura nos orifícios, rachaduras, queimaduras no arco ou desgaste excessivo. O mesmo vale para os bocais, que devem ser trocados somente se apresentarem sinais de danos físicos. Geralmente, os bocais podem ser limpos de respingos de metal e reutilizados. - Usar os parâmetros e peças errados para o trabalho
A seleção de consumíveis depende do material e da espessura que estão sendo cortados, da corrente e do gás de plasma usado e outros parâmetros de corte. O manual do operador definirá quais consumíveis são apropriados para os diversos tipos de corte. O uso de consumíveis incorretos pode reduzir a vida útil da peça e a qualidade de corte.
É muito importante operar as peças na corrente certa. A melhor qualidade de corte e vida útil da peça é geralmente alcançada quando a corrente é ajustada para 95% da classificação do bico. Se a corrente estiver muito baixa, o corte ficará malfeito; se estiver muito alta, a vida útil do bico será menor. - Montar a tocha incorretamente
A tocha deverá ser montada de forma que as peças estejam alinhadas corretamente e se encaixem juntas firmemente. Isto garante um bom contato elétrico e um fluxo de gás e líquido refrigerante correto na tocha. Ao trocar as peças, mantenha os consumíveis em um pano limpo da oficina para evitar que a sujeira ou o pó metálico contaminem a tocha. A limpeza durante a montagem da tocha é muito importante e muitas vezes é negligenciada. Ao aplicar lubrificante de anel retentor, use apenas o suficiente para o anel retentor brilhar. O excesso de lubrificação pode causar entupimento no distribuidor de gás e contaminação de pó metálico na tocha. Isso pode resultar em formação descontrolada de arco na câmara de plasma e, em última instância, falha na tocha. Nunca se deve aplicar graxa nas tochas — isso pode causar formação de arco destrutiva e queimaduras na tocha. - Negligenciar a manutenção de rotina
As tochas podem durar meses ou mesmo anos, com os cuidados necessários. As roscas da tocha devem ser mantidas limpas e as áreas de encaixe devem ser verificadas para ver se há contaminação ou danos mecânicos. Qualquer sujeira, pó metálico ou excesso de lubrificante de anel retentor devem ser removidos da tocha. Para limpar a tocha, use um cotonete e um limpador de contatos elétricos ou peróxido de hidrogênio. - Não verificar o fluxo do líquido refrigerante e do gás
O fluxo e a pressão do gás e do líquido refrigerante devem ser verificados todos os dias. Se o fluxo for insuficiente, os consumíveis não serão refrigerados adequadamente e a vida útil da peça será reduzida. O fluxo inadequado da água de refrigeração causado por bombas desgastadas, filtros entupidos, baixo nível do líquido refrigerante, etc. é uma causa comum de falhas nas peças e na tocha. A pressão constante de gás é importante para manter o arco de corte. O excesso de pressão do gás é uma causa comum de “partida difícil”, uma situação na qual a tocha não consegue iniciar um arco quando todas as outras condições para operação normal estão corretas. O excesso de pressão do gás também gerará rápida deterioração dos eletrodos. Da mesma forma, o gás de plasma deve ser mantido limpo para evitar redução da vida útil do consumível e da tocha. Os sistemas de ar comprimido são especialmente propensos à contaminação por óleo, umidade e partículas. - Perfuração muito baixa
O afastamento, a distância entre a peça de trabalho e a ponta da tocha, é essencial para a qualidade de corte e a vida útil das peças. Até mesmo variações sutis na altura da tocha podem afetar a angularidade da superfície de corte. A altura da tocha durante a operação de perfuração é particularmente importante. Um erro comum é realizar perfuração muito baixa. Isso faz com que o metal fundido respingue na frente do bico e do bocal, causando danos nas peças e consequentes problemas na qualidade do corte. A “extinção” do arco pode até ocorrer se a tocha perfurar ao tocar o metal, ou se ela se arrastar na superfície ao cortar. Se o arco for “extinto”, o eletrodo, o bico, o distribuidor de gás e, por vezes, a tocha, são destruídos. A perfuração em uma altura de 1,5–2 vezes a altura recomendada para corte protege a tocha e as peças de danos. - Cortar muito rápido ou devagar
Cortar muito rápido ou devagar pode gerar problemas na qualidade de corte. Se a velocidade estiver muito baixa, as peças de corte vão gerar “escória de baixa velocidade”, um grande acúmulo de escória com bolhas na borda inferior. As baixas velocidades podem causar um alargamento do kerf e quantidade excessiva de respingos no topo. Se a velocidade estiver muito baixa, o arco vai regredir no kerf gerando uma borda chanfrada, um kerf estreito e um pequeno filete endurecido de escória na borda inferior na peça de corte. Escória de alta velocidade é difícil de remover. A velocidade de corte correta produzirá pouca escória — o resultado será uma borda limpa que precisará de pouco retrabalho antes da etapa seguinte no processo de fabricação. - “Estirar” o arco
O estiramento do arco pode ocorrer no início e no fim do corte, se o arco tiver que “estirar” (desviar-se de uma rota reta e perpendicular) para encontrar metal. O estiramento do arco pode fazer com que o arco corte dentro da parede lateral do bico. Ao realizar uma partida pela borda, o arco plasma deve ser iniciado com o orifício do bico diretamente centralizado sobre a borda da peça de trabalho. Isso deve ser lembrado nas operações de pressão do puncionar/plasma (desviar-se de uma rota reta e perpendicular) para encontrar metal. O estiramento do arco pode fazer com que o arco corte dentro da parede lateral do bico. Ao realizar uma partida pela borda, o arco plasma deve ser iniciado com o orifício do bico diretamente centralizado sobre a borda da peça de trabalho. Isso deve ser lembrado nas operações de pressão do puncionar/plasma, quando o arco é iniciado fora de um orifício puncionado. Nessa aplicação, o arco deve ser iniciado fora da borda, não no centro do orifício puncionado. O estiramento do arco pode ocorrer também no final do corte, se a tocha for programada para sair da chapa com o arco ativo, ou se o “percurso de saída” seguir o kerf do metal previamente cortado. O tempo do sinal de “arco desligado” e a programação do percurso de saída podem minimizar esse efeito. - Colisão da tocha
“Levantamentos” e colisões podem danificar sua tocha de forma irreversível. As colisões da tocha com a peça de trabalho podem ser evitadas programando o sistema de corte de formas para contornar (e não passar em cima) das peças cortadas. Os sensores de altura da tocha também oferecem proteção contra colisões da tocha corrigindo as variações no material. Contudo, os controles de altura regulados por tensão podem não proteger a tocha. Por exemplo, “o mergulho da tocha” ocorre geralmente no final de um corte, se a tocha seguir o kerf por tempo demais. (O controle de altura da tocha diminui para compensar o aumento na tensão conforme o arco estira). O cuidado na programação do percurso de saída e da função de controle de altura da tocha pode minimizar isso. E, por último, dispositivos de montagem da tocha com deslocamento podem ajudar a evitar danos à tocha se a colisão não ocorrer.